Mania Cruel

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1 min readAug 31, 2023

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Amargo ser evidente, na imensidão do humano
A cura do pecado que me trouxe ao mundo
Se esconde daquilo que me levará
Ninguém lamentará um adeus,
Pois não há ninguém mais lamentável que eu

Oh mãe, dos medos que tive
Do índigo que fui (e sou)
Nada se compara a profundidade da minha existência
Ser é uma mania cruel, sem esperança de melhoras
Por favor, diga-me o que procurar

Temo me preocupar demais,
Parece que estou buscando tudo (ou nada mais)
Eu não conheço das coisas o suficiente
Mas mãe, eu só comecei a falar ontem
E hoje sou o jovem mais velho presente

Quando poderei voltar pra casa?
Sinto falta do ontem, por quanto tempo o amanhã estiver aqui
Quero ser tão novo quanto fui algum dia,
Mesmo que já não me lembre quando
Ou, eu e minhas sinas iremos nos decompor belamente

Mamãe, as pessoas são frágeis e você deveria saber
Minha dor é não ter sido mais do que fui (alguém)
Por que você não bota a culpa no mundo?
Eu ainda estou aprendendo a andar
E meu próximo passo será no além

Hoje eu quero que tudo não passe de nada
Que seja bem vindo o futuro amargo
Voltarei em breve, mesmo que me levem de lá
Oh mãe, eu fiquei nas suas lembranças
Adeus passado

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"Conheço tudo, menos a mim mesmo" - François Villon